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Um novo movimento surge em 2001 no cinema alemão. Alguns começam a chamá-lo de “Nova Escola de Berlim”, mas críticos alemães arriscam e o catalogam como “Nouvelle Vague Alemã”. Três novos diretores fazem parte do início desta “nova onda”: Angela Schanelec, Thomas Arslan e Christian Petzold. Todos estudaram na dffb (Deutsche Film und Fernsehakademie Berlin) com artistas importantes como Harun Farocki. A filosofia da Escola se consagra no espírito indie: muita energia e baixo orçamento.
Aqui uma introdução para este cinema, em 5 produções. Há uma coerência entre eles. São obras cujos realizadores participaram dos roteiros. Há um rigor formal muito grande - planos precisos, uma fotografia muito correta, nada parecido com nenhuma experiência do Dogma dinamarquês. Os diretores alemães estão tão lúcidos. Retomam a idéia do mal estar social, uma fonte de inadequação, agressividade. Mas no âmago desta cultura cinematográfica alemã da última década, reverbera também o conceito de angst. O significado vai além do medo material e se aproxima da abstração. Palavra conceito usada para expressar qualquer desconforto, frustração ou incerteza.
Angela Schanelec e Tomas Arslan tratam desta angústia no seio familiar. A família desintegra-se numa incomunicabilidade. Em "Entardecer", numa sociedade descrente se consolida os riscos da perda, o excesso de exigência - uma mãe atriz, fria e inteligente, um filho escritor, insatisfeito, suicida. Em "Férias", a família não parece gozar mais o aspecto bucólico da casa materna, que aos poucos se revela um lugar sem descanso.
Ulrich Köhler, em "Bangalô", trata da recusa ao exército, um personagem que está caindo fora da inserção, uma sociedade que não aceita desejos. Em "Fantasmas", Christian Petzold nos fará viver a angústia de Nina, sua identidade sexual, seu abandono. E por último, também de Petzold, "Segurança Interna" (que será exibido em 16mm) um aspecto mais político desta relação família-sociedade.
A nova onda parece não alavancar nenhuma grande subversão estética, pelo contrário retoma-se valores de precisão, conceito e narrativa. Para ao fim, entendermos que nunca o cinema alemão esteve tão impregnado de si mesmo, de sua cultura, de seu tempo. (F.A)
Aqui uma introdução para este cinema, em 5 produções. Há uma coerência entre eles. São obras cujos realizadores participaram dos roteiros. Há um rigor formal muito grande - planos precisos, uma fotografia muito correta, nada parecido com nenhuma experiência do Dogma dinamarquês. Os diretores alemães estão tão lúcidos. Retomam a idéia do mal estar social, uma fonte de inadequação, agressividade. Mas no âmago desta cultura cinematográfica alemã da última década, reverbera também o conceito de angst. O significado vai além do medo material e se aproxima da abstração. Palavra conceito usada para expressar qualquer desconforto, frustração ou incerteza.
Angela Schanelec e Tomas Arslan tratam desta angústia no seio familiar. A família desintegra-se numa incomunicabilidade. Em "Entardecer", numa sociedade descrente se consolida os riscos da perda, o excesso de exigência - uma mãe atriz, fria e inteligente, um filho escritor, insatisfeito, suicida. Em "Férias", a família não parece gozar mais o aspecto bucólico da casa materna, que aos poucos se revela um lugar sem descanso.
Ulrich Köhler, em "Bangalô", trata da recusa ao exército, um personagem que está caindo fora da inserção, uma sociedade que não aceita desejos. Em "Fantasmas", Christian Petzold nos fará viver a angústia de Nina, sua identidade sexual, seu abandono. E por último, também de Petzold, "Segurança Interna" (que será exibido em 16mm) um aspecto mais político desta relação família-sociedade.
A nova onda parece não alavancar nenhuma grande subversão estética, pelo contrário retoma-se valores de precisão, conceito e narrativa. Para ao fim, entendermos que nunca o cinema alemão esteve tão impregnado de si mesmo, de sua cultura, de seu tempo. (F.A)